sexta-feira, 26 de junho de 2009

o começo


o O começo.

Quarta feira, dia vinte quatro de junho de dois mil e nove. Dia de santo e feriado em Macaé. Ultimamente tenho tido uma relação um pouco estreita com santos, mas não vou aqui, entra em detalhes do que penso dos santos, quem sabe outro dia.

Acordei como toda quarta feira as seis da manhã e segui para o trabalho (em outra cidade).Após cumprir minha etapa de trabalho da manhã e ter deixado algumas pessoas sorrindo melhor, fui dispensado do restante do expediente, por motivos administrativos e retornei á minha querida Macaé.

A RJ 106 é uma das estradas de acesso a Macaé e a única com uma visão direta para o mar. Nesse dia ele estava como um espelho, claro e calmo num dia atípico de inverno sem vento e sem frio. Vinha eu dirigindo, e ao avistar tal espetáculo da natureza cometi uma infração de trânsito e usei o celular.

-alô

- Oi Vi, ela já acordou?

- Sim, e já abriu os olhos perguntando se vamos navegar hoje.

-Sério? Como ela adivinhou?

-Por quê?

-Estou passando aí para apanhá-las, mudem roupa logo.

-Tudo bem, beijos.

Depois desse diálogo ilegal, pisei fundo para casa. Lá chegando avisto minha loirinha de biquíni, saltitante como pipoca, com o seu novo colete salva-vidas nas mãos. Seguimos para o Iate Clube Macaé, onde se encontra a nova embarcação da família, prestes a ser inaugurada.

Eu, apesar da pouca idade que tinha, ainda me lembro da primeira vez que naveguei, e foi como quase todas as seguintes navegações, com a companhia do meu irmão mais velho, Raninho e meu pai, que nos levava num encontro familiar da turma do bode preto. E adivinhem para onde fomos? Aquele sempre citado arquipélago. Mas nessa quarta feira, eu parecia muito mais feliz e também apreensivo que aquela saudosa data. Pois seria a primeira vez que levaria minha herdeirinha a bordo.

Gasolina no tanque, cavalaria nervosa, salvatagem conferida, e pronto. Saímos nós pela barra do rio Macaé em direção leste. Destino? O mesmo de sempre, aquele que o coração adotou como refúgio. “Minha Ilha”.

Poucos minutos depois e sem cansar nem um pouco os garanhões do 135 optmax, mercury, chegamos no nosso destino.Praia do bode.(bode esse sem nenhuma relação com o supracitado).

Atendendo ao pedido da loirinha saltitante a bordo, peço um punhado de camarão, numa embarcação ancorada próximo e iniciamos uma tentativa de pesca de fundo. Tentativa, pois ao ancorar e jogar a isca, constatamos que de cima da embarcação conseguíamos vê-la no fundo de tão clara que se encontrava a água. Mau sinal para pesca de fundo. Após alguns minutos sem atividade resolvemos levantar âncora e ir até a praia. Desembaraçamos a tralha. Refrigerantes, cervejinhas, sucos e a bolsa da vivi, arrumamos a toalha de praia na areia tiramos uma foto, e de repente sou surpreendido por um grito:

-Pai, vamos pegar peixinhos?

Tomei um susto,olhei em sua direção e me deparo com aquela menininha com uma redinha dessas de manipular aquário nas mãos.

-Vamos paiiiiii.

Então, lá passamos uma grande parte do tempo. Ela a mãe e eu, pegando alevinos e colocando numa garrafa.

Após uma grande negociação conseguimos convence-la de darmos uma volta, fazer umas fotografias e contemplar a natureza do lugar. Foi quando decidimos novamente subir a bordo e visitar outras praias.

Ligamos o motor e seguimos em direção a ilha do Francês. De longe avistamos duas lanchas ancoradas e logo reconhecemos como sendo de amigos,nos aproximamos, trocamos cumprimentos, filamos uma cervejinha e um feijão amigo delicioso, generosamente oferecido pelo Nadinho que estava a bordo da imponente cabinada do amigo Marcelo. Afastamos-nos uns trinta metros ao sul e jogamos nossa âncora também. E lá vem aquela frase...

-Pai, aqui deve estar bom para pescar, vamos tentar?

-Sim filha, essas coisas só se sabe tentando.

Vara na mão, camarão fresquinho no anzol, e linha no fundo. Não se passaram dois minutos e lá estava o primeiro exemplar fisgado. Um belo budião sabonete, que após fotografado foi cuidadosamente devolvido a natureza. Linha na água novamente, e outro exemplar, agora uma bela cocoroca. E assim foi a nossa nova ancoragem, com bastante atividade no fundo para a total satisfação da menor e felicidade dos pais que assistiam a sua pequena tão feliz.

Amigos, nesse maravilhoso dia, foram tiradas algumas conclusões que faço questão de dividir com todos:

1ª Não existe perigo em levar os pequenos para o mar, desde que sejam seguidas as normas de segurança no mar e que a previsão do tempo seja consultada.

2ª Pescar faz muito bem para alma, então inicie o quanto antes essa prática com seu filho.

3ªNa entre safra da pesca sub nenhum prazer é maior que navegar com a família e pescar junto dela.

Essas três principais lições tiradas desse dia, ainda podem ser complementada ao concluir, que a sabedoria do nosso criador é tão grande, que fez com que o amor ao mar e à pesca esportiva fosse passada como carga genética aos nossos descendentes.

Agora, frequentemente serei mais visto com a tripulação aumentada, navegando ou pescando por aí.

Fico por aqui e até breve.

6 comentários:

  1. Que beleza de narração meu amigo...
    que dia especial...
    já sei o nome do futuro livro "macaepescasub - crônicas de um mergulhador"...

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  2. Fala irmao,gostei de ver voce e tua familia em comunhao,assim que gosto de ver e torco muito por voces.Velho parabens por tuas conquistas e lembre-se, vivemos quando temos forcas e ainda somos jovens, velhos tambem viveremos com artroses mais viveremos de outra maneira,ou seja vamos aproveitar o momento ou melhor CARPE DIEM.
    beijos

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  3. Vida de rei meu irmão, bela narrativa, família unida no mar, eu fico muito feliz por vcs, que Deus te dê muitos momentos agradaveis como este meu irmão

    Um grande abraço!


    kblo de Cristo

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  4. Nada como um dia de sol relaxante com a família!! Preserve-a!!! Já introduzi minha filha no surf e agora vou introduzi-la na pescaria..
    Abraços...........

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  5. Fala Rodrigo, dou total apoio a idéia de seu amigo Gilberto. Lance logo essas "crônicas de um mergulhador" vou ser uma leitora assídua.Parabéns! Luiza Marvila.

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  6. Que alegria!!!O sorriso da Yasmin diz tudo...
    A familia é nosso porto seguro!
    Parabéns pela escrita,adorei o blog.
    Bjs.Andrea Potira

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