segunda-feira, 22 de junho de 2009

Quem ri por último


Quem ri por último....

Certa manhã de dezembro, sendomais preciso, manhã do dia trinta e um de tal mês, último dia do ano de 2008,saímos em busca de águas claras, eu, Claudão e o ancião, meu sogro, quedespencou lá do norte do Espírito Santo, atrás dos belos exemplares. Saímos docais do Iate Clube Macaé por volta das seis da manhã, dia lindo e calmeiro, comoos clássicos dias de verão, apenas embaçado por um pouco de névoa, indicandoque o dia seria quente de verdade.

Navegando com o través pela baseoperacional do cais da Petrobrás, por terra da ilha do papagaio, sicuras deplantão jogam as iscas n'agua,com aquelavelha frase: "ali na laje grande e pequena sempre bate um peixe"mesmo sabendo que isso não passa de uma lorota, pois nunca vimos um peixe sendopescado de currico naquelas pedras....

Prosseguindo a navegação sob osbraços conhecedores do capitão de plantão avançamos em direção as águas do sul,laje das anchovas, nome sugestivo, embora anchova mesmo não apareça por lá fazanos. GPS ligado, agulha apontando, milhas náuticas faltando e o sogrão ferra oprimeiro exemplar do dia, uma bela bicuda. Nesse momento o capitão manifesta interessepela linha, vai até o seu estojo e puxa a isca da sorte, joga na água e assumeo leme novamente. Navegação mais tranquila impossível, antes de consultar oaparelho novamente, o dito senhor ferra outro exemplar, dessa vez uma cavala detamanho tímido, mas de comportamento temperamental, em pouco tempo mais umpeixe no convés, esse pesado na hora e peso anotado, 4kg. Até então o veteranoCláudio ainda não havia produzido nada e antes do capitão tentar puxar umassunto sobre seu marasmo a sua linha canta e em poucos segundos, mais umabicuda no convés. Após esse momento o capitão encontrou-se no mais profundocomplexo de inferioridade devido a tantos comentários sarcásticos, esabidamente, diz: calma gente, a pescaria ainda não acabou...Pouco tempodepois,o capixaba paulista,embarca mais um e mais um e o claudão resolve abrirsua linha de produção,capturando mais três bicudas em seguida.Tristecapitão,,já conduzia a nau sem olhar mais para a popa de sua embarcação,apenasouvia e nada respondia,pois argumentos não tinha.Logo após ouvir um dos exímiospescadores dizer: Chega.Vamos dar meia volta.Vamos para a ilha comer peixefrito...Mas só comerá quem pescou...o capitão sem nenhuma moral com atripulação,apenas acerta as coordenadas,vira a proa do ESTRELA DALVA,para adireção do arquipélago de santana e solta as máquinas,pensando,como poderiahaver um dia de tanta má sorte.

Após um período deaproximadamente sessenta minutos de navegação em direção norte alcançamos a praiada ilha principal do arquipélago, canto direito, perto das pedras o capitãopediu gentilmente que a âncora fosse lançada. Pronto, nosso barco estava ancorado,firme como uma rocha. Cláudio, imediatamente se dirija ao porão de proa e vemcom a caixa da cozinha, onde continha um fogão, frigideira, pratos e talheres, comum sorriso cínico na cara diz: Eu vou comer peixe, pois garanti os meus. Imediatamenteouço uma voz senil: Eu também. Durante esse período de ancoragem, o capitão jáse encontrava no mais completo estado de concentração, analisando as condiçõesda água na costeira da ilha, num ato firme e consciente ele diz: VOU BUSCAR OMEU. Nesse momento, os pescadores que já haviam limpado alguns peixes, lavadospratos e panelas,riram do capitão.Ele não se abalou,vestiu a sua roupa deneoprene, apossou-se de seu arbalete de 80cm,pois a água estava com avisibilidade comprometida,e pulou n'agua.Durante os primeiros segundo de nadopensou,não ter feito a coisa certa,pois a cerveja já estava gelada e em brevepostas de peixes frescos estariam saindo da frigideira,mas ele tinha um nome azelar.Com Deus a seu lado e um pouco de conhecimento daquelas rasas tocas, naprimeira visita,ao acender a potente lâmpada da lanterna princeton,TEC 400,compradodas mãos do amigo Gil,lá do paraná,mãos essas que conseguem tudo para pescaesportiva, com um preço camarada, dois olhos vermelhos brilham a menos de umpalmo de sua máscara,ele fica frio faz a mira e,nada, o tiro não saiu,quandoverifica o que houve,vê a trava do gatilho da arma PK acionada,sobe ásuperfície,pois já estava sem ar,destrava o gatilho,enche os pulmões de ar edesce novamente, ,já sem saber se sua salvaçãodas gozações estaria lá ainda te esperando.Ao chegar na entrada da moradia doimponente serranídeo, não a vê, acende a lanterna e lá no fundo da toca brilhamos olhos vermelhos,foi um disparo certeiro e lá estava ela, atravessada em suaflecha.Com a destreza adquirida em dez anos de pesca sub,desentoca o bicho,esconde-aem baixo de seu corpo e volta em direção ao, agora, restaurante flutuante. Lá chegando gozações sãoouvidas,pois devido ao pouco tempo que ocorreu o fato narrado,cerca de5minutos,pensavam que o capitão tinha desistido e jogado a toalha.Como de costume, ao mergulhador se aproximardo barco de apoio o membro da equipe que ficou ou está á bordo se aproxima paraajudar,pegando logo a arma para que o pescador sub,fique com as mãos livrespara subir a bordo e esse gentil companheiro foi o senhor meu sogro que játinha em suas mão uma lata do liquido que desce redondo,ao pegar a coronha daarma e puxar,sentiu um peso e disse tudo que o capitão queria ouvir.TA PESADOAQUI,ACHO QUE AGARROU EM ALGO.O capitão que não havia tirado o peixe da flecha,riue disse: AGARROU NÃO,EU NAÕ DISSE QUE BUSCARIA O MEU EXEMPLAR... E foi aquelafelicidade todos rindo e felizes com tamanha beleza de uma garoupa de 6kgpescada em cinco minutos.

Agora a equipe estava formada denovo,só que com todos os membros felizes,comendo peixe frito,tomando umacerveja gelada e falando mentira,como qualquer reunião de pescador em qualquercanto do mundo.

O capitão fica por aqui, umgrande abraço.........fui.

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